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Gentileza urbana: o papel da arquitetura na vida em sociedade

By Macodesc | Geral | Postado às 13:40

Gentileza gera gentileza. Essa ficou bastante conhecida, atribuída a José Datrino, mais conhecido como profeta Gentileza desde os anos 50. Na década de 80, ele escolheu 56 pilastras do Viaduto do Gasômetro, que vai do Cemitério do Caju até o Terminal Rodoviário do Rio de Janeiro e fez inscrições em verde-amarelo propondo sua crítica do mundo e sua alternativa ao mal-estar da civilização.

A partir disso surgiu o termo `gentileza urbana`, representando uma série de boas ações para contribuir com o bem estar da comunidade sem pedir nada em troca. Pode ser disponibilizar livros gratuitamente a pessoas que aguardam para pegar o ônibus, reunir pessoas para limpar pichações ou formar um grupo de amigos para reformar escolas. O princípio do conceito é doar um pouco do próprio tempo para ajudar alguém.

Além de ser um movimento cultural/comportamental, a gentileza urbana também tem a ver com obras privadas que agregam intervenções para favorecer o urbanismo e o paisagismo público. É que quando uma obra inicia, ela passa a fazer parte do cotidiano daquela vizinhança, por isso a atividade arquitetônica possui responsabilidade social relevante na sociedade, promovendo uma relação harmônica para todos.

Mas de que forma isso ocorre? De várias maneiras, sendo que a principal delas é evitar o máximo de impacto na vizinhança durante a obra, evitando detritos e sujeiras dos materiais nas calçadas. A construção também precisa ser bem sinalizada e seu entorno protegido por tapumes, para que os pedestres possam passar pelo local com segurança e tranquilidade.

Jardins e calçadas com noções de estética arquitetônicas são mais convidativas aos pedestres. Disponibilizar soluções inventivas para que os arredores dos empreendimentos privados se tornem íntimos também é alternativa de aplicar a gentileza urbana. A arquitetura dos empreendimentos pode ser projetada de modo que a vizinhança possa sentir a experiência de integração e pertencimento daquela comunidade.

Seja um movimento comportamental, cultural ou arquitetônico, o importante é que gentileza gera gentileza.