Lenha na fogueira do crédito à casa própria

By Macodesc | Inicial | Postado às 14:12
Para pessoa física, o crédito cresceu 23% no primeiro semestre

 

A disputa dos agentes financeiros pelo mutuário da casa própria volta a esquentar. Três meses depois de a Caixa Econômica ter reduzido os juros do financiamento habitacional e ter aumentado o prazo de pagamento para 35 anos, esta semana foi a vez do Santander baixar suas taxas. Para a aquisição de imóveis com valor de até R$ 500 mil, isto é, enquadrados no Sistema Financeiro da Habitação (SFH), os juros do banco passam a taxas entre 8,8% e 9,6% ao ano mais TR. Na mesma modalidade, a Caixa cobra entre 7,8% e 8,85%.

De maneira geral, os bancos informam taxas que vão até 10,5% no âmbito do SFH e até 11%, quando o valor do imóvel é superior a R$ 500 mil (e os recursos, portanto, são do próprio agente financeiro). Mas, no jargão do mercado, são "taxas de prateleira": cada um negocia de acordo com o cliente. Entre os itens que podem diminuir os juros habitacionais estão ser cliente e ter conta-salário e investimentos no banco e adquirir imóvel da faixa de preços mais baixa.

Apesar de a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) ter reduzido para R$ 95 bilhões sua previsão de recursos para a casa própria em 2012 - o balanço do primeiro semestre apresentou estabilidade em relação ao ano passado - alguns bancos informam ter superado as expectativas.

NO CRÉDITO ÀS CONSTRUTORAS, QUEDA DE 30%

Octávio de Lazari Junior, presidente da Abecip, explica que a revisão foi feita devido à queda somente do financiamento à produção:

- Para pessoa física, o crédito cresceu 23% no primeiro semestre, sobre o mesmo período de 2011, quando foram financiados R$ 19,8 bilhões. Em 2012, o volume é R$ 24,4 bilhões.

Na Caixa, o volume de crédito com recursos da poupança até cresceu um pouco, porém, houve queda no número de imóveis financiados, confirmando a alta dos preços. Foram fechados, no país,106.079 contratos no valor de R$ 18,8 bilhões de janeiro a junho, contra 303.824 e R$ 17,4 bilhões no mesmo período do ano passado. Já no somatório geral das várias linhas de crédito, houve crescimento de 29,7%.

No caso do Bradesco, estava previsto um volume de R$ 11 bilhões para habitação em 2012 e 70% (R$ 7,7 bi) foram emprestados de janeiro a julho. Assim, a estimativa agora é de que o banco feche o ano com R$ 14 bilhões direcionados à casa própria, informa Claudio Borges, diretor de Empréstimos e Financiamentos.

- Tivemos muitas obras financiadas há dois, três anos, que estão ficando prontas agora.

O Santander, que tem apresentado uma política agressiva no setor, também colheu bons resultados até agora. O banco é o único do setor privado que, como a CEF, dá 35 anos de prazo:

- Nos empréstimos à pessoa física, crescemos 58% no primeiro semestre, com um total de empréstimos de R$ 2,7 bilhões, enquanto o mercado cresceu 23%. No financiamento à produção,o Santander teve redução de 13%, enquanto o mercado teve de 30%. Ficou claro que as construtoras aproveitaram esse período para fazer um freio de arrumação e vender estoques. E tudo indica que, neste segundo semestre, o comportamento do mercado será semelhante.

Via de regra, os bancos financiam até 80% do valor do imóvel - com exceção da Caixa, que financia até 90% - e determinam que o comprometimento da renda não ultrapasse 30%.

- Hoje o crédito imobiliário é quase de pronta-entrega. O contrato, se tudo estiver certo, fica pronto em dez dias - diz Borges, do Bradesco.

 

Fonte: O Globo, Calaza

Data da publicação: 13 de agosto de 2012

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