Construção Civil: Ainda há espaço para Crescimento
By Macodesc | Inicial | Postado às 08:56
Veja a entrevista do Diretor da Macodesc, Paulo Stürmer
Imagem gentilmente cedida pelo Jornal Gazeta Catarinense
Para alguns o cenário da construção civil aparece um tanto quanto imprevisível devido as mudanças que vem ocorrendo no país nos últimos tempos. No entanto, segundo o Diretor-presidente da Macodesc de São Miguel do Oeste, Paulo Stürmer, a construção civil tem avançado significativamente, principalmente nas cidades de médio porte, sendo que ainda há espaço para o crescimento e desenvolvimento deste setor
O mercado da construção civil no Brasil está passando por uma fase de amadurecimento. Se por um lado, grandes incorporadores tentam enxugar seus estoques, por outro, o país ainda possui um déficit habitacional muito grande. Quem defende esta ideia é o Diretor-presidente da Macodesc de São Miguel do Oeste, Paulo Stürmer. Segundo ele, o cenário da construção civil tem avançado significativamente, principalmente nas cidades de médio porte.
Stürmer diz que geralmente as notícias sobre a chamada “sobra de apartamentos”, se referem a determinados bairros de grandes centros, como em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, onde o mercado costuma ser muito especulativo. Contudo, ele destaca que saindo das metrópoles, ainda há muito espaço para o crescimento imobiliário nas cidades de médio porte do interior, que de acordo com ele, estão absorvendo uma boa parcela da população que busca melhor qualidade de vida para sua família.
Nos últimos anos, Stürmer contextualiza dizendo que o Brasil tem sofrido com uma inflação que tem saído fora do controle das metas do governo. “Acredito que vários fatores contribuem para isso. O chamado “custo Brasil” possui uma boa parcela de culpa. Infelizmente, o país não conseguiu aproveitar o crescimento econômico recente, pois temos uma infraestrutura ineficaz e sofremos com a escassez de trabalhadores qualificados, principalmente os técnicos”, defende.
Stürmer acredita que os setores da indústria e dos serviços são os que sentem maior impacto. “Mas, o mercado é dinâmico. No caso dos manufaturados, vemos uma invasão dos importados. Já no caso dos serviços não há alternativa, o empresário está tendo que repassar o aumento de custos para o consumidor final”, explica.
O Diretor-presidente da Macodesc diz ainda que, embora boa parte dos empresários façam projeções conservadoras, não há dúvida que a construção civil terá mais um ano de crescimento em 2015. “Não é à toa que o programa “Minha Casa, Minha Vida” está entrando na sua terceira fase. O ano que estamos encerrando foi atípico, tivemos a Copa do Mundo sendo realizada no país e também as eleições e, principalmente a última, causou uma sensação de insegurança, tanto para o investidor como para aquele mutuário que contraiu financiamento para pagar a casa própria em 35 anos”, diz ele.
PERSPECTIVAS
Sobre as expectativas de garantir a competitividade, Stürmer garante que a construção civil é semelhante a qualquer mercado. “No longo prazo somente as empresas organizadas sobrevivem. Além da competição acirrada, o empresário do setor sofre com a insegurança jurídica, principalmente as incorporadoras de novos lançamentos. Acredito que seja o principal motivo que não haver muito investimento estrangeiro no setor. É recente no país, as instituições financeiras oferecerem Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), porém, apesar se serem garantidas e de pouco risco, o investidor no Brasil ainda é muito cauteloso para novas modalidades de investimento, vai levar um tempo para decolar”, argumenta.
Stürmer revela que o Brasil é um país com muitos problemas a enfrentar, mas, segundo ele, não obstante, ainda há muitas oportunidades a vislumbrar para os mais ousados e comprometidos em buscar novas soluções construtivas, buscando atingir novos nichos de mercado. “Enquanto há poucas décadas, um trabalhador levava a vida inteira para adquirir a casa própria, hoje vivemos em um cenário onde muitos jovens trabalhadores já conseguem morar bem melhor que os seus pais. E isso é motivo de muita satisfação. Claro que em muitos casos, isso implica em financiamentos de longo prazo, mas, comparado aos países desenvolvidos, o Brasil é um país com uma população extremamente jovem e com grande potencial de compra de seu primeiro imóvel”, finaliza.
Fonte: Caderno da Construção Civil, encartado no jornal Gazeta Catarinense.
Data de publicação: 28/11/2014.