​A singularidade de Tomie Ohtake

By Macodesc | MACODESC SÉRIES | Postado às 09:55

Nascida em Kyoto, no Japão, em 1913, Tomie Ohtake possui uma variação de obras que passam pela pintura, escultura e gravura. Com 23 anos veio para o Brasil onde se naturalizou, e anos mais tarde iniciou sua arte com o pintor Keisuke Sugano. Com ele fez seus primeiros quadros, pinturas figurativas e algumas paisagens no estilo cubista. Em 1953, integrou-se ao Grupo Seibi, um espaço para a produção e criação de obras de arte. Neste grupo também estavam alguns colegas japoneses, como Tikashi Fukushima, Flavio-Shiró e Tadashi Kaminagai. Foi nesse período que Tomie definiu sua arte como abstracionista.

Nos anos 70, trabalhou com serigrafia, litogravura e gravura em metal. Em suas obras, formas orgânicas e uma gama cromática contrastavam com a expressividade de esculturas. Tomie participou de algumas exposições promovidas pela Seibi. Em outras exposições suas obras se tornaram marcantes, o que a fez receber por duas vezes medalha de ouro. Em 1986, o Museu de Arte de São Paulo realizou uma retrospectiva da sua obra, o que ocorreu igualmente dez anos mais tarde na Bienal da cidade.

Tomie Ohtake ficou conhecida pela sua singularidade. Transmitia para as telas os seus sentimentos, construindo suas obras com calma e sem modismos. O geometrismo continuava forte, aplicado em telas de maior dimensão. Tomie utilizava cerca de três tons de cor em cada obra, uma se sobrepondo à outra. O minimalismo também era um ponto forte. A artista dizia que sua obra é ocidental, porém sofre grande influência japonesa, reflexo de sua formação. A influência está na procura da síntese: poucos elementos devem dizer muita coisa.

Em 1979, recebeu o prêmio de melhor pintora do ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte. Entre os anos 1980 e 2000, criou telas com gravuras, pinturas em metal e suas primeiras esculturas, que posteriormente foram desmontadas e perdidas. Em 2001, inaugura-se o Instituto Tomie Ohtake. O centro cultural se dedica a exposições e à reflexão sobre arte contemporânea, arquitetura e design. Treze anos depois, no seu centenário, diversas exposições comemoram o aniversário da artista. Tomie partiu em 2015, deixando seu talento para a posteridade, aos 101 anos.

Tomie Ohtake

Escultura na via de acesso do Aeroporto internacional de Guarulhos, Cumbica, 2008.
Escultura em aço carbono, pintada com tinta automotiva, 9 metros de altura, pesando 20 toneladas.
Obra realizada pela Associação Guarulhense para as comemorações do Centenário da Imigração Japonesa, com colaboração de Jorge Utsunomiya e Vera Fujisaki. https://goo.gl/Rvy4qT

Tomie Ohtake - Avenida Paulista, 2015
Escultura em aço carbono, pintada com tinta automotiva vermelha e prata, medindo 8,5m de altura, pesando 7 toneladas.
Realizada em parceria com a Associação Paulista Viva, com patrocínio do Banco Citi. https://goo.gl/P3ywE8

Tomie Ohtake, pintura sem título, 1969 https://goo.gl/RK2Z66


Instituto Tomie Ohtake https://goo.gl/n2m2XM

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